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Mudou tudo na guerra pela Principalidade

O superapp nem está tão distante assim...

Se todo mundo é o principal, ninguém é o principal.

Mudou tudo na guerra pela Principalidade

“Em algum momento, talvez daqui a um ano e meio, dois anos, você não vai ter mais um app do Itaú, ou do Bradesco, ou do Santander, você vai ter um app que a gente chama de agregador. E aquele app vai, por meio do open finance, integrar tudo nas suas contas”

Roberto Campos Neto

A previsão feita por Roberto Campos Neto, que gerou manchetes chamativas e acendeu debates, pegou os mais desatentos de surpresa. Com a evolução do Open Finance, a dinâmica da 'Principalidade' – ser o banco principal do cliente – está mudando drasticamente

Um novo componente está entrando no jogo e promete ser o catalisador de uma verdadeira revolução na forma como usamos serviços bancários - e não estamos falando de cartão colorido.

Estaria o ‘super-app’ mais próximo do que todos imaginavam?

🤔 Dinheiro na conta é principalidade?


Até 2023, os bancos competiam pela Custódia dos fundos de seus correntistas. Manter os depósitos e os recebíveis dos clientes naquela instituição significava ter menos risco na oferta de produtos financeiros e, principalmente, o canal de venda para seus produtos financeiros. Em um cenário com cada vez menos gerentes, é através do aplicativo que o banco consegue monetizar seus correntistas com novos produtos.

Exemplo do Credit Karma, que utiliza a conexão de contas do usuário para identificar e refinanciar suas operações de crédito a taxas mais baratas através de um marketplace

🤫 Revolução silenciosa

Com a chegada do Open Finance, esse paradigma está sendo desafiado. PFMs e BFMs passaram a consolidar todas as contas dos clientes em uma única interface, dentro e fora de aplicativos bancários, mas apenas tinham poder de “leitura”. A grande novidade que impulsiona essa mudança é a introdução das Transferências Inteligentes pelo Banco Central, nossa versão do Account Sweeping, que tem o poder de transformar o PFM na Amazon do sistema financeiro - ao menos, os PFMs brasileiros.

📊 Leitura & 💸 Escrita

Mais do que visualizar saldos e extratos, o cliente pode agora movimentar todas as suas contas em um só aplicativo, inclusive automatizando transferências e comportamentos recorrentes - sem redirecionamentos e sem a necessidade de aprovar manualmente cada transação. As Transferências Inteligentes introduzem a possibilidade de programar pagamentos através de gatilhos.

Ficou no negativo? O aplicativo transfere automaticamente valores de outra conta para você não ficar no cheque especial. 

Precisa de crédito? O aplicativo poderá oferecer seu próprio cheque especial para cobrir a conta do concorrente.

Se já foi possível economizar R$ 4 Milhões em gastos com cheque especial, enviando uma notificação a clientes que ficaram com uma conta negativa em outra instituição, a automação desse processo tem um potencial enorme para os brasileiros.

🔮👀 O Habilitador de ‘super-apps’...

A nova modalidade da iniciação de pagamento aumenta a competição entre instituições e faz a custódia de valores perder força como indicador de lealdade do cliente. O maior indicador passa a ser o Canal pelo qual os clientes acessam e gerenciam suas finanças, favorecendo a experiência digital e a conveniência, que são determinantes para a decisão da Principalidade. É através deste canal que ele terá acesso a novos produtos e serviços financeiros - potencialmente, de diversos fornecedores.

… começando pelo fim do pop-up chato 🙅


Em 2024, veremos uma melhora significativa da experiência do usuário nos aplicativos bancários, que passarão a incorporar suas próprias ferramentas de gestão multicontas para manter o canal de venda com os clientes e centralizar sua vida financeira. Chega de pop-up inconveniente, ou o cliente vai usar o app do concorrente para conectar suas contas. O aplicativo que oferecer a melhor plataforma de gestão, com mais opções de serviços a preços personalizados, tem a chance de se tornar o 'super app' financeiro - e não precisará nem ser um banco para tal.

Instituições como PicPay e Nubank já mudaram seus aplicativos para incorporar o multibanking em seus extratos, em antecipação a este movimento de mercado

Quem vai ganhar a guerra? O consumidor 🙋

A visão de Roberto Campos Neto reflete a evolução contínua do setor bancário e a necessidade de inovação constante para atender às expectativas dos clientes. Aqueles que falharem em evoluir poderão ver sua relevância diminuir, limitando-se a vender produtos comoditizados em marketplaces alheios.

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Gustavo Bresler é COO do Iniciador, plataforma para iniciadores de pagamentos parceira da Let’s Open. O Iniciador contribui com artigos simples sobre temas complexos do Open Finance, sempre na primeira semana de cada mês.

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