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[Deep Dive] Cartas do Gabriel - Edição Nº5

[Deep Dive] Cartas do Gabriel - Edição Nº5

Por Gabriel Pereira • Edição Nº5 • Ver na web

15/08, Domingo.

  • Muito mais que agregação de dados!

  • Qual impacto até o momento dessas iniciativas no Reino Unido

  • O que dizem as PMEs sobre agregação?

  • Quais ofertas estão acontecendo na prática?

  • Qual é a cadeia de valor da agregação de dados?

  • Previsões para o Brasil

Bora lá?

A estrela da fase 2: agregação de dados

O tema do deep dive de hoje é um benefício claro e imediato para os clientes. Uma melhoria de experiência!

Aquela novidade que ele vai poder contar para os amigos e mostrar um benefício palpável:

A agregação de dados.

Não, o cliente não vai falar agregação de dados.

Ele vai chamar de algum nome que ainda não temos a menor ideia de qual vai ser, mas será o que ele vai lembrar e que fará sentido para ele.

Vamos resolver diversos problemas para esses e essas clientes:

  • Parar de entrar em diversos apps e sites diferentes para conferir informações de diversas contas;

  • Montar uma planilha para consolidar as finanças no final do mês;

  • Ficar no negativo em uma conta por um valor irrisório simplesmente por não acessar muito aquela conta;

  • Não saber quanto tem disponível ou negativo na conta;

E por aí vai…

Ilustração de Agregação by Truelayer Data API

A agregação de dados é uma ferramenta poderosa que poderá concentrar em um único lugar todas as informações da vida financeira de um cliente (já considerando o conceito mais amplo de Open Finance).

Você também encontrará esse tema com os seguintes nomes:

  • PFM - Personal Financial Management Ex: GuiaBolso

  • BFM - Business Financial Management Ex: Omie

Este é, de longe, o benefício mais tangível da fase 2, como experiência. Pois ainda existem outros como melhores ofertas (dado a maior concorrência) e o aumento/revisão de limites de créditos.

No Reino Unido...

Em solo britânico o Open Banking já se desenvolve desde 2018 e a agregação de dados é um tema super presente, mas por lá eles gostam de chamar de: “financial decision-making improvement”.

O escopo é um pouco mais amplo e está voltado para o objetivo da agregação de dados, o que é totalmente válido. Foco no resultado e não no meio.

Outras áreas de utilização podem ser vistas aqui:

Fonte: Open Banking Impact Report - OBIE UK 2021

Das features de Open Banking disponíveis no mercado hoje em UK, a agregação de dados é a categoria mais relevante com 33% de representatividade (37 soluções de 109).

Dessas 37:

  • 21 são focadas para pessoa física;

  • 16 para pessoa jurídica.

Quando analisamos o consumo de APIs do Open Banking a representatividade é ainda maior. Chegando a 70% do consumo total.

Fonte: Open Banking Impact Report - OBIE UK 2021

A percepção das empresas que utilizam essas features:

  • 79% das empresas informaram que as soluções de agregação tiveram impacto positivo em seu negócio, com os benefícios chave incluindo a redução de tempo gasto na ‘papelada’ e melhores insights sobre sua empresa.

  • Nas avaliações destes serviços a nota média é de 4.5/5.

Não encontrei ainda pesquisas de pessoa física feitas pela OBIE, trago assim que conseguir :)

Na prática

Recentemente fiz uma pesquisa em diversos players do ecossistema de Open Banking na Europa e consegui tirar alguns insights. Meu foco foi maior nos clientes Pessoa Jurídica, mas dá para sentir bem o mercado como um todo.

Agregação é commodity

Todo mundo oferece algum tipo de agregação, não tem como fugir disso. Dos sete bancos que estudei no Reino Unido apenas um não oferecia algum tipo de BFM (agregação para PJ).

Nota-se que o conceito de BFM é mais amplo e pode-se entender uma gestão mais organizada da empresa, mais próxima de um ERP. Mesmo com esse escopo maior, 6 dos 7 bancos mapeados ofereciam algum tipo solução.

Faça in house, apartado ou via parceria. Mas faça!

Observei que é um posicionamento muito forte e de certa forma um movimento irreversível do mercado.

É interessante observar como as estratégias são diferentes, mas buscam o mesmo objetivo.

No caso do Lloyds, a aposta é incorporar o canal do banco e trazer a gestão de empresa para dentro do seu bankline/app.

Lloyds for Business

Feature destaca a agregação de informações de contas

Já o banco RBS fez uma parceria com o BFM Free Agent e oferta os serviços de agregação de forma gratuita para seus clientes:

Oferta no site do RBS

Destaque no site do Free Agent.

Open de verdade! Starling Bank possui conceito aberto e se conecta com uma infinidade de soluções em sua conta bancária.

O cliente se conecta com o que faz mais sentido para ele.

A agregação não é tão simples quanto parece.

A cadeia de valor até a entrega para o cliente não é pequena. De forma não exaustiva, podemos listar:

  1. A aquisição dos dados de diversas fontes. Exemplo do serviço oferecido pela Salt Edge.

  2. O enriquecimento dos dados. Exemplo da MoneyHub.

  3. A experiência para o usuário final. Ex: Truelayer

  4. A geração de insights. Ex: Bud

Ilustração do produto de Insights da Bud

Uma boa experiência fará toda a diferença.

Não adiantará agregar por agregar.

Se a sua experiência já é ruim hoje, de que adianta trazer todas as informações de outros locais para este lugar? Se ele já não atende seus clientes?

O Open Banking entra para impulsionar estratégias maiores e ajudar empresas a continuarem a resolver problemas de seus clientes.

E no Brasil?

Só o tempo dirá quanto tempo levaremos para estarmos com todas as APIs funcionando corretamente e ratificando uma interpretação comum dos dados que serão enviados. Na primeira fase já aconteceram divergências, é natural que tenha um tempo até assentarmos tudo.

Depois dessa etapa, é preciso ainda aprender a “ler” as informações de outras instituições. Como identificar exatamente o preço praticado? Entender as literais? Entender outros agrupamentos no extrato?

Toda essa curva de aprendizado levará tempo.

Alguns players já trabalham com o conceito de open banking (via screenscraping e outras formas) há mais tempo e já estão mais avançados como o Guiabolso, a Klavi e a Omie.

Também a parceria de bancos com BFMs não é algo totalmente novo, mas que será visto com mais frequência e profundidade daqui pra frente.

O mesmo se aplica pro mundo dos investimentos e as movimentações recentes

E esse foi o primeiro Deep Dive da Newsletter!

Espero que tenham gostado! Deixem seu joinha ao final do texto, encaminhem para aquele seu amigo que está envolvido no tema de agregação e tragam mais gente pra cá!

Deixa aí um feedback, me diz uma coisa que você gostou e uma que não gostou ou sentiu falta. O que acha?

Assim você me ajuda a melhorar o conteúdo por aqui!

Um ótimo domingo pra você,

Abs

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Curadoria cuidadosa de Gabriel Pereira via Revue.

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